A educação cristã não se resume no uso de termos como “cosmovisão” e “princípios” cristãos. Na verdade, trata-se de uma obediência abrangente a Cristo, que impacta não apenas o intelecto, mas também o coração, as ações e as afeições de todos envolvidos.
Ser uma escola confessional e ter uma cosmovisão cristã não é simplesmente adotar o jargão cristão sem verdadeiramente abraçar os princípios bíblicos. Como o reverendo Douglas Wilson diz, cosmovisão é mais do que um tempero que se adiciona a ideias seculares. A cosmovisão cristã deve permear toda a vida do estudante. As ideias que absorvemos vêm de alguma fonte, e precisamos examinar suas origens cuidadosamente.
Além disso, esse tipo de cosmovisão não funciona como um super poder ou capa protetora que possibilite ao aluno a exposição a todo e qualquer tipo de pecado. Isso, na verdade, expõe a hipocrisia de uma fé que não impacta seu comportamento.
O que define a cosmovisão cristã é viver uma vida de obediência a Cristo em todas as áreas: família, trabalho, estudo e adoração. A educação cristã não é e não pode ser meramente um empreendimento acadêmico e intelectual, mas precisa envolver o coração em submissão ao senhorio de Cristo. Caso contrário, será uma educação superficial, que não transforma de fato a cultura em que o aluno está inserido, pois não atinge o coração.
A cosmovisão cristã requer do estudante uma atitude de deslumbramento para com as Escrituras, reconhecendo sua autoridade absoluta e suficiência, o que inclui a aceitação de passagens tidas como controversas ou irracionais aos olhos do mundo.
Essa visão bíblica também afirma a antítese entre Cristo e o mundo. A neutralidade não passa de um mito, muito crido nos dias de hoje. Portanto, crer e sujeitar-se a uma educação não cristã é, inevitavelmente, aderir a uma visão de mundo anticristã, que ensina os alunos a rejeitarem os princípios de Deus.
Além disso, a verdade revelada de Deus deve ser suprema na vida e educação do estudante cristão. Excluir a religião da sala de aula trunca o pensamento, pois o verdadeiro conhecimento e sabedoria próvem de Deus e encontram compleitude apenas em Cristo, e não em filosofias humanas.
Em suma, a cosmovisão cristã aplicada à educação vai muito além do intelecto. Envolve obediência integral a Cristo, submissão à autoridade das Escrituras, rejeição do secularismo e busca exercer uma transformação da cultura para a glória de Deus.
Portanto, o nosso desafio, como educadores cristãos é de irmos além de uma fé compartimentalizada. Ao invés disso, somos chamados a uma cosmovisão bíblica evasiva e abrangente que permeia tudo o que somos, pensamos e fazemos. Só assim poderemos ter uma educação verdadeiramente cristã, que forma discípulos e não apenas bons alunos.